quinta-feira

Húmus

Húmus é a matéria orgânica depositada no solo, resultante da decomposição de animais e plantas mortas.

Un Chant D'Amour - Jean Genet



Tórax

Dois homens, um corpo, uma cela - A caixa torácica.
Um homem apaixonado. O outro, isolado.
Tentam comunicar.
Ilustrações de 2006. A ideia original não foi baseada na curta metragem de Jean Genet, foi-me apresentada mais tarde quando expus estes desenhos e a história.


Rostos

Enquanto que Úbere aborda as questões da sexualidade e da identidade, Húmus, segue semelhante registo no sentido da primitividade do ser, mas neste caso, segue o comportamento humano na sociedade, salientando questões diversas de sobrevivência e poder.

Cada um de nós, reduzido à sua essência. Uma tribo que se movimenta para cumprir a sua rotina e voltar a casa para alimentar seus sucessores. A própria cidade que o homem arquitectou está a encurralá-lo.


Hans Langseth from Norway.
Quando morreu, em 1927, sua barba alcançava 5.33 metros.





.Pés de Lírio.


Úbere

Glândula mamária das fêmeas de alguns animais, cuja função primordial é a produção de leite para nutrir o recém-nascido. As glândulas mamárias possuem uma estrutura de ramificação mais complexa do que a das glândulas da pele. Ambos os sexos as possuem, embora nos machos, o seu desenvolvimento cesse antes da puberdade.
Úbere. Fértil. Fecundo.

A personagem de Úbere

É a animalidade que define a humanidade do Homem.




Edmund Leach

Alusivo a determinadas culturas, a personagem de Úbere caracteriza-se pelo primitivismo de certos povos indígenas e outros estatutos sociais, recriando um ser contemporâneo algures entre a linha que separa a modernização dos hábitos sociais com os instintos básicos de sobrevivência.
Toda a estrutura de Úbere é influenciada pelo comportamento dos animais, por determinadas características nomeadamente a dos pavões pela sua sensualidade e erotismo e a dos polvos pela sua inteligência, e seus mecanismos de defesa.







Conceito de Úbere

Isto não é um livro. Não tem páginas, porque não quero que tenha. Cabe ao leitor criar o próprio livro. Finalizá-lo. A ideia de ser o leitor a terminar a sua história. São dadas imagens. O leitor só tem de escrever sobre elas, o que elas lhe transmitem. As imagens não são só ilustrações de uma narrativa especifica, elas são um leque de possibilidades que o leitor vai desmistificar, criar, ou recriar.

Vigília

...Existe uma ilha. A ilha da Páscoa, localizada no Sul do Oceano Pacifíco. Nela habitam filas de enormes estátuas de pedra. Os moais. Assim se chamam.


Os primeiros desenhos do que viria a ser o embrião para um álbum de ilustração e poesia, tiveram inspiração nas enigmáticas figuras da Ilha da Páscoa. Datados de 2002, as imagens a carvão conduziram a uma narrativa à volta da noite e solidão. Algo equiparável em certa medida à paisagem emocional a que a Ilha remete, pelo menos, a mim, uma ideia de solidão sólida que desabrocha da terra. Estátuas que não dormem. A espera materializada e imóvel.

Vigília conta a história de um ser que aguarda na noite, no vácuo. Onde só existe uma janela embaciada que não deixa ver para lá. A ideia de eternidade está patente neste texto e poemas, assim como, a angústia quase demente em estabelecer um contacto com o mundo exterior.


Existe o carácter sexual associado à figura. Como uma espécie de escultura em hino à fertilidade de uma qualquer tribo primitiva, este ser desloca-se em regimento do seu próprio desejo.

De carácter narrativo, as imagens de Úbere reflectem num modo tribal e ritualista, quase carnavalesco, os instintos e questões humanas, num cenário debruçado no sonho e subconsciente. Daí provir o nome "Úbere", pelas metamorfoses e elasticidades do corpo.

Creio que, aquilo que mais define o ser humano é a sua animalidade. Os seus instintos de sobrevivência, a sua sexualidade que caracterizam a sua identidade. A sua singularidade.
Certos comportamentos humanos são idênticos ao dos animais, o que, acho fabuloso a proximidade linguística entre seres que partilham universos tão diferentes mas simultaneamente idênticos na sua percepção para a sobrevivência no mundo.



Casulo

Nasce a necessidade de se ser reiventado.




segunda-feira

pequenas histórias

Comecei a fazer pequenas histórias. Para além do álbum grande. Fazer pequenas histórias para partilhar. Partindo do principio, que o mesmo livro é diferente para todas as pessoas. Não há livros iguais. E se se fizesse um livro com a mesma história para cada pessoa?





"... Acidentalmente, o rapaz cortou-se. Mas em vez de sangue, o dedo jorrava tinta."

Masks

Um dia decidimos fazer máscaras.